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COMPORTAMENTO
Como se tornar um comandante
André Bertin – Piloto, ex-instrutor de voo, administrador de empresas e psicanalista
Alguns podem entender que essa ascensão é algo natural ou somente uma questão de tempo. O simples acúmulo de horas de voo e as licenças para cada tipo de aeronave são os únicos ingredientes necessários a essa posição.
Em outras palavras, é a experiência acumulada que forma os bons comandantes. Em parte, até que essa teoria é bastante válida pois a experiência conta... e muito, mas antes de tudo devemos nos lembrar que um comandante é um líder e com tal, deverá servir de exemplo àqueles que com ele trabalham, além da nobre arte de saber transmitir os conhecimentos. Exige-se também, que um comandante saiba enfrentar as situações difíceis com serenidade e acima de tudo, que possua integridade.
Este último quesito torna o assunto bem mais complexo se nos recordarmos que integridade é praticamente tudo. Define desde a boa conduta, a ética, a honestidade e até mesmo a imparcialidade. Vemos então, que todos esses atributos não se encontram em qualquer fórmula mágica e talvez até, venham a preocupar aqueles que aspiram a esta posição ou aqueles que a possuem mas sentem-se inseguros na mesma. Podemos, no entanto, nos preparar para ter estes atributos e a velocidade com que isso irá ocorrer vai depender unicamente da velocidade com a qual aceitaremos algumas questões.
A primeira delas é, sem dúvida, a humildade. A falta desse
ingrediente em nossas vidas nos impede de ouvirmos aqueles que nos tem algo a
transmitir isolando-nos daqueles que poderiam nos ajudar em uma empreitada ou
um desafio. E um líder vive de novos desafios e novas empreitadas. Se novos
desafios ou novas empreitadas não estão
surgindo, cuidado! É um claro sinal que fomos deslocados da posição de líder. A
humildade permite que os nossos conhecimentos sejam assimilados com facilidade
pelos nossos comandados pois não haverá constrangimento na passagem desse
acervo. Temos também que nos recordar que, por mais experiência que uma determinada
pessoa possua, ela não domina certas áreas específicas do conhecimento ou
certos detalhes importantes para aquela determinada missão, empresa ou problema
e que podem estar justamente com um de seus comandados. É fácil imaginarmos
então a dificuldade que um líder terá em obter essas informações ou mesmo esse
apoio, se não houver sido humilde com seus companheiros. Humildade não
significa submissão. O verdadeiro líder pode ser humilde, porém o dono de uma
autoridade natural e inconteste. Mas creiam, o maior benefício da humildade
reverte-se para nós mesmos. É ela que nos permite enxergar com mais facilidade
onde podemos estar errando e começar a consertar o problema. É ela também que
amplia a nossa visão do universo e aquilo que ocorre ao seu redor. Com orgulho
e teimosia, essa visão se estreita e passamos a não perceber aquilo que nos
rodeia. Um verdadeiro líder tem que possuir a tranquilidade de observar e
perceber tudo aquilo que está ao seu redor e assim partir para a decisão
correta. Por mais difícil que seja uma decisão, com serenidade ela se trona
perfeitamente possível. Então, meu caro candidato a verdadeiro comandante...
você percebeu quantas coisa boas estão entrelaçadas nesse processo e como
ingrediente “humildade” torna-se importante? A ascensão segura e sem
turbulências depende muito deste ingrediente. Bons voos!
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