segunda-feira, 20 de junho de 2016

CONVALIDAÇÃO DAS CARTEIRAS DE PILOTO ANAC/FAA

Repassando  essa matéria que achei interessante quando a  li no PREVINEWS, em virtude da atual situação econômica que vem atravessando o Brasil, para aqueles pilotos que desejam conquistar outros ares  no mercado de trabalho.


O Processo, seus Prós e seus Contras
Um assunto que desperta bastante interesse por parte de pilotos formados no Brasil, especialmente diante do atual cenário político-econômico brasileiro, é sem dúvida a convalidação das carteiras de piloto da ANAC para FAA. Cada vez mais pilotos buscam oportunidades de trabalho em outro país. Mas será que é tão fácil como pensamos? Será que vale a pena?
Esse artigo busca tanto esclarecer algumas dúvidas frequentes, como mostrar como seria esse processo.
Primeiro, é importante deixar claro que existe uma diferença fundamental entre as convalidações das carteiras de piloto privado de helicóptero (PPH) e a de piloto comercial de helicóptero (PCH).
Convalidação PPH
Para a carteira de PPH existe uma convalidação que podemos chamar de “direta”. Isso significa que o piloto que tenha feito a prova ICAO e obtido no mínimo ICAO 4 pode simplesmente dar entrada junto ao FSDO (Flight Standards District Office) no processo de verificação da carteira. Mais informações sobre esse processo podem ser obtidas acessando o link:
Caso o candidato não possua nível ICAO igual ou superior à 4, é necessário que sejam feitas as provas teórica, oral e prática. Em relação a prova prática, as horas voadas no Brasil irão contar, porem, deve-se “complementar”essas horas com os mínimos requeridos pela FAA para obter a carteira de piloto privado. Por exemplo, a FAA exige um total de 40h de voo enquanto que no Brasil esse número é de 35h. Além disso, são necessárias mais 10 h de voo solo para a obtenção da PPL (Private Pilot License). Logo, após serem preenchidos esses requisitos práticos, e tendo sido aprovado no teste teórico, o candidato, se julgar-se preparado, pode marcar seu check-ride (as provas oral e prática são aplicadas no mesmo dia por um instrutor autorizado pela FAA).
Convalidação PCH
Já no caso da Carteira de Piloto Comercial, não existe essa convalidação “direta”.
O processo deverá ser conduzido como se o candidato não possua ICAO igual ou superior a 4, mesmo que ele o tenha. Ou seja, será necessário que o mesmo faça os testes teórico, prático e oral. Para obter a CPL (Commercial Pilot License), são necessárias 150 horas de voo totais ao invés de 100 horas como no Brasil.
Prós e Contras
Ok. Após apresentados os processos necessários, voltamos a pergunta: Vale a pena ou não tirar as carteiras nos EUA?
Para responder a essa questão vou recorrer a textos pesquisados, opiniões de pilotos que já passaram pela mesma situação e com base na minha própria experiência. Vale ressalvar que cada caso é um caso, mas o cenário geral é o que apresento a seguir.
Não creio que seja vantagem vir fazer o curso no exterior caso a pessoa pense em voltar para convalidar a carteira na ANAC. A Agência não reconhece as horas voadas em outros países (salvo alguns casos particulares) e sim a carteira e as horas mínimas requeridas para a obtenção dessa pela ANAC.
Por exemplo, vamos supor que você tenha tirado a sua carteira de piloto comercial nos EUA (mínimo de 150 horas) mas você na verdade precisou de 170 horas e depois ainda voou mais 30 horas (alugou o helicóptero para voar com amigos, etc) resultando num total de 200 horas voadas. Concluímos então que você possui a carteira de CPL emitida pela FAA e 200 horas de voo totais, certo? Se quiser voltar ao Brasil e convalidar a sua carteira, a ANAC só irá reconhecer 100 horas de voo, que é o requisito mínimo para a obtenção da carteira de piloto comercial pela Agencia Nacional de Aviação Civil. Considero isso como sendo um ponto negativo.
O segundo ponto é o networking. Torna-se muito difícil para uma pessoa que não conhece ninguém no meio aeronáutico e não tenha criado vínculos, voltar e conseguir emprego. Quem já é da aviação sabe a importância de uma boa indicação, além de obviamente competência. Lembrando sempre que cada caso é um caso.
Além disso, para conseguir trabalhar nos Estados Unidos é necessário que o piloto tenha direito de morar ou de trabalhar no país. Ou seja, você até pode dar instrução por um período máximo de dois anos, com o visto de estudante F1 por exemplo, e depois disso teria que regressar ao Brasil.
Antigamente, as pessoas optavam por tirar a carteira americana devido ao fato de que o custo das horas de voo nos EUA era menor do que no Brasil. Porém, com a alta cotação do dólar no momento, esse cenário não é mais verdadeiro.
Uma alternativa vantajosa seria atuar como instrutor de voo. É possível conseguir, durante o período máximo de dois anos, voar, possivelmente, as 1.500 horas requeridas para tirar a carteira de ATPL(Airline Transport Pilot License), PLA brasileira. Ou seja, em um período de tempo infinitamente menor que no Brasil, é viável fazer todo o curso de piloto, dar instrução e tirar a carteira de piloto de linha aérea. No regresso para o Brasil, já possuiria sua PLA e ICAO nível 4.
Aos aviadores e futuros aviadores: seja qual for sua decisão, busque sempre uma formação de qualidade.
Não esqueçam de deixar aqui embaixo seu comentário, crítica ou contar sua experiência. Espero ter sanado algumas duvidas.
Fly safe everyone!

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